O Vírus

O Vírus

  • O causador da Covid-19 é o SARS-CoV-2 (sigla do inglês que significa "Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave"), detectado inicialmente na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019. 

    Os Coronavírus (CoV) são uma grande família de vírus zoonóticos que se tornaram os principais patógenos responsáveis por doenças respiratórias. Além da pandemia de Covid-19, foram responsáveis por duas epidemias nos últimos 20 anos: a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV), que se iniciou na China em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV), responsável por uma epidemia persistente na Península Arábica desde 2012.

     
  • A primeira etapa da infecção acontece pela ligação do vírus com a célula-alvo, por meio da interação da proteína S viral com os receptores celulares. Após essa ligação, ocorre a fusão da membrana lipídica do vírus com a membrana plasmática celular, permitindo que o vírus invada a célula e se replique.

     
  • Todos os vírus, incluindo o SARS-CoV-2, mudam com o tempo, pois mutações são naturais na replicação viral. A maioria delas têm pouco ou nenhum impacto nas propriedades do vírus. No entanto, algumas podem afetar suas propriedades, como a facilidade com que o vírus se espalha, a gravidade da doença ou o desempenho de vacinas, medicamentos terapêuticos, ferramentas de diagnóstico ou outras medidas de saúde pública e sociais.

    Desde que o SARS-CoV-19 foi relatado em 31 de dezembro de 2019, diversas variantes surgiram (ver adiante).

     
  • Quanto mais o vírus circula, maiores são as chances de surgimento de novas variantes, que podem ser ainda mais contagiosas, dificultando o controle da pandemia. 

    É o caso da variante Delta, que já tornou-se dominante em muitos países. Estudo britânico publicado em julho de 2021 mostrou que a Delta é 97% mais transmissível que a cepa original do coronavírus.

    Enquanto a cepa original tinha uma taxa de transmissão de 2,5 — ou seja, cada pessoa infectada poderia transmitir o vírus para outras 2 ou 3 pessoas —, cada infectado com a variante Delta pode contaminar outras 5 a 8 pessoas.

    Para frear o surgimento de novas variantes, é fundamental vacinar-se assim que possível e continuar mantendo as medidas de proteção: usar máscara, manter o distanciamento, lavar bem as mãos e manter os ambientes arejados.

     
  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica as variantes do novo coronavírus como Variants of Concern (VOC) ou Variants of Interest (VOI) — em português, respectivamente, Variantes de Preocupação e Variantes de Interesse —, a fim de priorizar o monitoramento e a pesquisa globais para responder à pandemia da Covid-19. 

    As Variantes de Preocupação são assim classificadas pela OMS por haver evidências de que elas sejam mais transmissíveis e/ou possam escapar da imunidade adquirida (via vacina ou infecção natural) e/ou provocar versões mais graves da Covid-19. 

    A nomenclatura para as variantes do coronavírus utiliza letras do alfabeto grego para facilitar a divulgação e discussão junto a públicos não científicos. 

    No momento, 4 Variantes de Preocupação (VOC) estão na lista da OMS. São elas: 

    Variante Alfa 
    ●  Origem: Reino Unido, setembro de 2020
    ●  Designação: VOC, 18 de dezembro de 2020
    ●  Esta variante é 29% mais transmissível que a cepa original do SARS-CoV-2. Foi responsável pela segunda onda da pandemia que atacou os países do Reino Unido e boa parte da Europa no início de 2021, além de virar a maior responsável por novos casos nos Estados Unidos (antes do surgimento da variante Delta). Alguns trabalhos apontam para possível aumento no risco de hospitalização e maior mortalidade, mas isso ainda não foi confirmado. A variante Alfa já foi notificada em 118 países.

    Variante Beta 
    ●  Origem: África do sul, maio de 2020
    ●  Designação: VOC, 18 de dezembro de 2020
    ●  Esta variante é 25% mais transmissível que a cepa original do SARS-CoV-2. Alcançou os Estados Unidos, o Canadá e outros 58 países. O primeiro caso brasileiro foi detectado em abril de 2021 no interior paulista. É investigada por um aumento de mortalidade em indivíduos já hospitalizados, fato ainda não confirmado. A principal preocupação em relação a ela é o escape da resposta imune, que pode elevar a possibilidade de reinfecção e prejudicar a ação das vacinas. A variante Beta já foi notificada em 64 países.

    Variante Gama (chamada inicialmente de P.1)
    ●  Origem: Brasil, novembro de 2020
    ●  Designação: VOC, 11 de janeiro de 2021
    ●  Esta variante é 38% mais transmissível que a cepa original do SARS-CoV-2. Descoberta no Amazonas, foi a variante que fez os casos explodirem no Brasil entre março e abril de 2021, sendo responsável por cerca de 70% dos óbitos no país neste ano. Pode escapar dos anticorpos adquiridos em contatos anteriores com outras linhagens do vírus. A redução da ação deles é considerada moderada, mas já abre caminho para a reinfecção. A variante Gama já foi notificada em 38 países.

    Variante Delta
    ●  Origem: Índia, outubro de 2020
    ●  Designação: VOI, 4 de abril de 2021, passando a VOC, 11 de maio de 2021
    ●  Esta variante é 97% mais transmissível que a cepa original do SARS-CoV-2. 

    Tornou-se a mais prevalente da Índia enquanto o país vivia uma devastadora segunda onda e já tornou-se dominante em muitos países. Suas mutações podem ajudar o vírus a escapar dos anticorpos adquiridos em contatos anteriores com outras linhagens, o que aponta para um risco maior de hospitalizações, sobretudo entre a população não vacinada. A variante Delta já foi notificada em 132 países.

    A OMS lista também 4 Variantes de Interesse (VOI):

    Variante Eta 
    ●  Origem: Múltiplos países, dezembro de 2020
    ●  Designação: VOI, 17 de março de 2021

    Variante Iota
    ●  Origem: Estados Unidos, novembro de 2020         
    ●  Designação: VOI, 24 de março de 2021

    Variante Kappa
    ●  Origem: Índia, outubro de 2020
    ●  Designação: VOI, 4 de abril de 2021

    Variante Lambda 
    ●  Origem: Peru, dezembro de 2020
    ●  Designação: VOI, 14 de junho de 2021

    Existem ainda outras 13 variantes, listadas como "Variantes de Alerta para monitoramento posterior''. Algumas delas já foram anteriormente designadas como de Preocupação ou de Interesse, mas foram reclassificadas por não representarem mais um grande risco adicional para a saúde pública global em comparação com outras variantes circulantes do SARS-CoV-2.